quinta-feira, 29 de maio de 2014

Das coisas que você faria se realmente levasse a sério essa história de que a vida é curta.

Certa vez eu li... Se o mundo fosse acabar amanhã, você faria o que está fazendo agora?


A não ser que você esteja exatamente no lugar em que gostaria, com as pessoas que você mais ama nessa vida. Você responderia, sem pensar... É claro que não. E por alguns instantes a gente imagina onde, com quem e o que faria no seu ultimo dia de vida.

Mas só por alguns instantes.

Depois você se levanta sem se lembrar de agradecer pelo dom da vida. Abre a janela sem tempo para deixar os primeiros raios de sol acarinhar sua pele. Toma uma ducha rápida sem tempo para cantar no chuveiro. Engole um café, sem tempo de sorrir e sentar à mesa com a família, se é que você mora com uma família numa altura dessas. Dirige seu carro às pressas sem tempo de admirar o dia lindo, mesmo com chuva, os dias de chuva também tem sua beleza.

E o que você faria se realmente levasse a sério essa história que a vida é curta?

Você pode começar reclamando menos da chuva, do trânsito, do chefe, da falta de dinheiro, da falta de tempo, do seu peso na balança, do salto alto, do som alto do vizinho, da dor nas costas.

Ouça suas músicas preferidas e cante alto. Realmente quem canta os males espantam.

Compre menos. Você não precisa de metade do que acha que precisa.

Também não precisa colecionar tantos cursos e tantos diplomas. Colecione boas histórias pra contar.

Se não está a fim de sair, fique em casa, tome um vinho, assista a um bom filme.

Chore em seu filme preferido, mesmo pela milésima vez.

Não esconda suas lágrimas. Se desfaça do seu orgulho e da sua necessidade de ser forte o todo o tempo.

Ande com os pés descalços.

 Ande de bicicleta.

Dance. Empurre o sofá e dance na sala, só ou de rosto colado.

Respire fundo. Admire o dia, as cores das flores e das árvores.

Entre no mar. Mesmo que tenha acabado de escovar o cabelo.

Deite na grama.

Leia um livro.

Relaxe. Sinta paz só com você mesmo.

Jogue papo fora com um desconhecido no ônibus.

Ligue para seus amigos. Não deixe o tempo apagar antigas amizades. Alimente verdadeiras amizades.

Responda a um Bom dia! Com um sorriso e um sonoro Bom dia!

Continue a dormir, até não ter mais vontade de ficar na cama.

Desligue o celular. Você precisa menos dele do que imagina. Há poucos anos ninguém precisava.

Participe dos almoços de domingo em família. Elogie a comida da sua mãe. Isso sempre a faz sorrir.

Coma a sobremesa. Repita a sobremesa.

Tenha tempo para seus pais.

Conserve bons laços com seus irmãos e irmãs. Eles ainda são capazes de entrar numa briga por você.

Não se desespere. Recomece. Pra quase tudo nessa vida tem solução, só não tem pra morte. Ainda assim, não se desespere.

Diga que ama as pessoas que você realmente ama. Sempre que sentir vontade.

Se declare quando estiver apaixonado. Não espere retorno.

Faça amor.

Abrace apertado.

Beije com vontade.

Faça um filho.

Agradeça.

Peça perdão.

Perdoe.

Tenha fé.

Jamais insulte ou ignore pessoas idosas. Converse, ouça. Eles realmente sabem.

Sorria para as crianças. Elas vão te sorrir de volta, até mesmo os bebês.

Enxergar beleza em cada canto.

 Rir de coisas bobas. Rir alto.

Ria de si mesmo. Tenha bom humor. Como você gostaria de ser lembrado?

Certamente depois de ler o texto, você esteja refletindo. E talvez você ainda fique pensativo por mais alguns instantes. Mas antes de voltar à sua rotina, procure anotar e adotar alguns hábitos simples que deixariam o seu dia e o das pessoas que te cercam mais feliz. Se esforce para fazer a sua existência nessa vida realmente valer a pena.


Dublin, 30 de maio de 2014.

sábado, 10 de maio de 2014

Blues


E então eu sonhei com você, como em muitas noites. E se eu tivesse escolha, continuaria a dormir por mais três dias e três noites, pra não me despertar da sua presença.

Eu sei, a vida é passageira pra cultivar amor em sonho.

E eu odeio admitir que eu amo te amar. Mas, é de amor que minha alma é alimentada. E se eu preciso de um amor verdadeiro pra carregar nessa vida desvairada, que seja o que eu tenho por você.

Porque eu acredito que a vida vale muito mais à pena quando se ama alguém. Porque é você, e mais ninguém. Porque é pensando em você que escrevo sobre o amor. É pensando em você que ouço por um milhão de vezes o mesmo blues quando deito no escuro.


PS. É mórbido. Nunca disse que não. Sou menos louca por admitir que sou?



Crédito da foto: ~VITA~