Entregamos nosso corpo ao que somos melhores
Ao
desejo, à carne, aos sussurros e gemidos
À
respiração ofegante, às palavras no ouvido
Aos
beijos, aos dentes, à língua
À
pele, aos arrepios e às pernas estremecidas
Nos
entregamos aos sorrisos e aos gritos explosivos
Nos
entregamos à carência, aos nossos anseios e receios
Fomos
entregues à nossa auto confiança e à nossa confusão
E
talvez, em alguns momentos súbitos, nos permitimos àquela paixão
E
por alguns instantes éramos um
Por
alguns instantes, sentíamos o mesmo impulso de derrubar as barreiras que criamos,
quando nos ferimos
Mal
sabemos definir bem o quê ou por que
Mas
temos que ir agora
Não.
Não nos entregamos um ao outro
Eu
não sou sua
Você
não é meu
Nós
ainda somos os mesmos
E
eu sempre irei lembrar daquela vista do mar, ao som de Norah Jones, na manhã de
domingo.
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